Você não faz ideia!

É muito comum as mulheres fazerem charme na conquista! Fingir que não quer, quando no íntimo realmente desejam, ela particularmente nunca entendeu muito bem o porque que seu "sexo" sempre agiu assim, porque inevitavelmente ela sempre remava contra essa maré. Pula todos os protocolos delicados, odeia demora e tão direta no que deseja que as vezes assusta não ao sexo oposto, mas a si mesma. Mas isso sempre fez parte da sua característica e tem coisas que compõe sua essência que não conseguem ser diferentes, enfim... havia nascido daquele jeito meio "masculina" já tinha ouvido falar, "muito sincera" outra corrente gritava, a única coisa que ela sabia é que precisava ser honesta consigo mesma para seu próprio bem.
Um certo tempo conheceu alguém que se parecia muito com o seu jeito e isso tornou as coisas um pouco mais claras sobre o porque de certas atitudes no seu comportamento. Ele era extremamente prático, direto e objetivo. Vão imediatamente dizer: "Todos os homens são assim"! Mas existia algo peculiar nele que o tornava mais atraente. Em primeiro fugia de todos os padrões de beleza taxados pela sociedade hipócrita de cada dia, em segundo ao mesmo tempo firme chegando a ser rude era alma sensível de poesia, de escrever e cantar e dizer aquilo que a alma feminina acalentava. Como seria possível? Mil faces num único corpo?
Ela nunca conseguiu entender. Não se sabe se na verdade contrariado todos os seus princípios, ela deixou-se envolver por um curto mas significativo tempo mais entre telefonemas do que contato físico que lhe bastaram. Não, ele nunca insistia, nunca implorava, nunca sentia remorso por nãos recebidos, era tudo muito rápido: 
-"Você quer?" 
-"Sim" 
-"Então ótimo" 
-"Você não quer?"
- "Não... ou Não sei.." 
-" Tudo bem também". 
Esse não insistir, não "fazer questão" a incomodava. Então o conhecendo dentro da sua infinita sinceridade assustadora como a sua, uma desilusão amorosa apenas acentuou sua personalidade. A dor de ter que se refazer tinha feito daquela alma ainda sensível, um radar alerto a não burocracia nas relações, sejam quaisquer que fossem, ele nunca mais imploraria. Justificaria? Talvez não! Mas a fez compreender e respeitar mais a importância de sofrer e como o aprendizado com ele é necessário (Anos após ela não imaginava, também passaria pelo mesmo crivo). Ela tinha visto nele um reflexo seu mais envelhecido, masculino e dolorido. Podia ser bom amante, bom amigo (e era...), mas trazia no olhar a dor e fez disso um passo de dança e poesia. Dedilhava Chico Buarque e confessou que passou tempo proibido de se ouvir "Trocando em Miúdos", e frouxo das muralhas que havia criado um dia disse: "Moça você não faz ideia"! Não fazia mesmo... Não sabia o que era aquilo, aquelas vivências, mas guardou aquele momento junto com a amizade que formou. Aproveitaram os dias que tinham escolhido se oferecerem e trataram de seguir se. Trouxe para casa o carinho e a gentileza que ele tinha e só mostrava para quem e quando queria.

Comentários

Antonio Nunes disse…
Querida, identifiquei-me bastante com essa personagem. Penso sempre que, nos meus relacionamentos, o importante sou eu. Todos os outros são, simplesmente, coadjuvantes!
Talvez por essa razão, nunca sofri por amores perdidos. Sempre lamentei as pobres mulheres que não souberam aproveitar as oportunidades recebidas!
Gosto da sua maneira de escrever, continue em frente, que atrás vem gente! rs rs rs Bjs!!!
BLACK444 disse…
Obrigada Antonio!
Feliz em saber que gosta das leituras! Espero que alcance mais pessoas! Abraço!

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