Quem bebe da mesma fonte nova ressaca não terá!

Acostumada com a mesma ressaca!
Assim vinha se sentindo ao longo de todos esse anos, cada vez que o encontro recheado de expectativa (mesmo negando para si) era aniquilado pelos mesmos resultados, afinal no fundo sabia que nada de diferente se obtém quando se vai no mesmo lugar, com as mesmas atitudes.
Tinha sido uma semana difícil, apesar de se abarrotar com atividades que ocupassem demasiadamente o seu tempo, para que não houvesse saldo para saudades infundadas, imaginações de autoflagelo ou para que lágrimas caíssem foi inevitável naqueles dias a velha sensação da frustração.
Sentir-se triste é proibido! Primeiro porque ninguém aceita a tristeza, mas foi assistindo um filme infantil que é nela em algumas situações o necessário para se fortalecer. As vezes ficar triste é preciso para unir-se a si e ao outro. Parece estranho, mas existe uma cobrança louca de se manter forte o tempo inteiro, de desviar todos os pensamentos ruins, porque ser feliz é o que importa. Mas até que ponto aguentemos ser fortes o tempo inteiro? Essa grande necessidade de parecer bem, feliz pode ser cansativo não? A ideia obviamente não é achar que se deprimir é legal ou alimentar isso,mas admitir que fracassa, que não está tão bom, chorar, repensar tem que acontecer para fazer direito, para doer menos, porque nem sempre para de doer.
Foi assim retalhada, doída que admitiu para si mesma, após tantos fracassos, de tantas expectativas frustradas, que revisitar situações, lugares que trazem o mesmo perfil não traria nada diferente daquilo que dolorosamente já experimentou.
Entenda: O ciclo se fechou! Se houve afastamento! Se não te liga mais! Se não te procura! Aceite: Acabou!
Se não existe disponibilidade: Acabou!
Se não atende os telefonemas: Acabou!
Aceite o divórcio! A culpa não é sua!
Foi repetindo esse "mantra" que apesar da dor, da lágrima que insistia em escorrer (mas ela segurou) que a fantasia foi deixada de lado e ela arredia entendeu: Acabou! Há muito tempo...
Apagou as trilhas que a levam para o mesmo do mesmo, consciente de que ali mais não brota, que a zona de conforto precisa ser enfrentada, afinal beber da mesma fonte não trará ressaca nova e um novo entorpecer precisa ser experimentado. Momento mais intimista, mas de busca para si, para se entender, para se auto saber

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